CONTRA O SILÊNCIO A talidomida nas páginas do Correio Paulistano, 1962
O estudo aqui apresentado objetiva revelar e discutir
os principais temas trazidos à baila pelo jornalista José Antonio de Oliveira Laet em suas reportagens sobre a talidomida em São Paulo, em 1962, para o jornal Correio Paulistano. Diferentemente de seus contemporâneos da imprensa, ele não teceu apenas breves comentários sobre os possíveis malefícios que a ingestão de comprimidos tranquilizantes e indutores de sono poderia acarretar aos bebês das possíveis gestantes. Colocou-se como um
jornalista combativo, um “narrador-testemunha” de um evento de consequências danosas para muitas famílias ao mesmo tempo em que expunha as muitas falhas nos órgãos públicos de fiscalização sobre o consumo de fármacos. A iatrogenia medicamentosa era um dado da realidade paulista que requeria uma ação imediata por parte das autoridades. Cabia ao jornalista investigar fatos e redigir textos que de alguma forma contribuíssem para dirimir a situação
extremamente grave.